A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS prendeu, no início da madrugada desta terça-feira (30), o presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes.
Ele foi detido sob acusação de falso testemunho durante seu depoimento à comissão, realizado na segunda-feira (29), em uma sessão que durou cerca de nove horas. Lopes havia sido convocado como testemunha e não apresentou habeas corpus preventivo que o resguardasse de ser preso.
Apontado pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), como um dos articuladores de um esquema de fraude em aposentadorias, Lopes teria ligação direta com o desvio de recursos de beneficiários do INSS. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), entre 2019 e 2023, a Conafer registrou o maior aumento no volume de descontos em benefícios: de R$ 400 mil em 2019 para R$ 202 milhões em 2023.
A Polícia Federal afirma que associações e entidades cadastravam aposentados sem autorização, usando assinaturas falsas, para descontar mensalidades diretamente dos benefícios.
Na madrugada desta terça-feira, Lopes pagou fiança e foi liberado. O valor não foi divulgado. Essa foi a segunda prisão determinada pela CPMI. Na semana passada, Rubens Oliveira, ex-diretor financeiro de empresas ligadas ao “Careca do INSS”, também foi preso.
O pedido de prisão foi feito pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após integrantes da CPMI solicitarem por cinco vezes a detenção do dirigente.